Vamos continuar nossa série de postagens sobre as etnias presentes em Santa Catarina e hoje é a vez de conhecermos um pouco mais sobre a cultura dos poloneses no nosso estado.
A cultura polonesa pode ser observada em diferentes aspectos, seja por meio de pratos gastronômicos, danças típicas ou pela língua polonesa, preservada em algumas comunidades. Vamos lá?
Colonização
Segundo registros, os primeiros imigrantes começaram a chegar em Santa Catarina em 1869, na cidade de Brusque, no Vale do Itajaí, considerada o berço da cultura polonesa. Por lá vivem muitas famílias que ainda falam o idioma de seus antepassados, além de manter outras tradições.
Os poloneses que imigravam para o Brasil, em um âmbito geral, buscavam melhores condições de vida no novo continente, visto que o seu território de origem experimentava um processo de perda de independência e, dessa forma, espalhava-se entre as pessoas um sentimento de risco à segurança individual e coletiva, algo que se consolidou com a ocupação realizada pelas potências europeias no período.
Um ponto forte da cultura polonesa é a religiosidade do povo. Os poloneses, pela história, são um povo muito sofrido e, por isso, se agarraram muito na religião quando chegaram em Santa Catarina. Em várias comunidades a primeira coisa que fizeram ao chegar foi construir igrejas, que também eram locais de encontros e reuniões.
Gastronomia
A culinária polonesa é rica em carne de todos os tipos e temperos, bem como de tipos diferentes de massas e bolinhos, sendo o mais popular deles o pierogi (massa cozida, com recheio de requeijão e batata, acompanhado de molho de linguiça, nata e bolas de requeijão).
A maioria dos pratos da culinária polonesa são de preparação simples, mas de sabores muito agradáveis. E para fazer você botar a mão na massa, separamos uma receita polonesa muito tradicional: Bigos. Os ingredientes básicos da receita são chucrute, repolho fresco, vários tipos de carne e salsichas, bacon, cogumelos secos, ameixas secas, cebola e especiarias. Normalmente é comido com pão de centeio ou batatas.
O Bigos tem origem como um ensopado para caçadores. A caça era um esporte bastante comum nas florestas da Polônia, e os caçadores tinham por hábito levar consigo sauerkraut (naturalmente fermentado), carnes defumadas (à moda antiga, sem nitratos e nitritos) e temperos para aquecer em fogueiras até que encontrassem carnes frescas para acrescentar à panela: podia ser carne de coelho, veado, lebre ou porco selvagem. Tinha consigo também batatas, que bem cozidas fazem um acompanhamento perfeito para essa iguaria.
Confira, então, a receita:
Bigos
Ingredientes:
120 g de cogumelos secos (shiitake ou funghi)
3 xícaras de caldo de carne caseiro
900 g de pernil e/ou lombo de porco fresco cortado em cubos de cerca de 3cm
Sal e pimenta do reino à gosto
3 colheres de sopa de manteiga
1,8 kg de sauerkraut
450 g de bacon
900 g de tomates frescos orgânicos
4 maçãs
1 colher de sopa de sementes de kümmel
12 grãos de pimenta
2 folhas de louro
4 cebolas médias
450 g de salsichas
230 g de presunto cozido
1/2 xícara de vinho branco ou tinto
Modo de Preparo:
Pré-aqueça o forno a 150 graus (forno baixo). Enquanto o forno aquece, coloque os cogumelos secos de molho no caldo de carne levemente morno. Tempere a carne com sal e misture as 3 colheres de sopa de manteiga. Junte 1/2 xícara de água filtrada e leve tudo a uma assadeira grande. Coloque para assar por pelo menos uma hora, mexendo as carnes por 2 ou 3 vezes durante este período.
Enquanto a carne está no forno siga as seguintes instruções:
Enxague o chucrute (ou sauerkraut) em água corrente. Escorra bem, apertando-o contra a peneira. Reserve. Fatie e pique finamente o bacon e cozinhe-o em fogo baixo numa frigideira de ferro até que comece a escurecer. Descasque, retire as sementes e rale as maçãs. Após uma hora deixados de molho no caldo de carne, escorra os cogumelos e fatie-os finamente. Reserve o caldo do molho. Com os ingredientes acima, prepare a primeira etapa da caçarola. Cubra o fundo da panela com o bacon torrado, sobre o bacon disponha uma camada com o chucrute, depois os cogumelos hidratados, os tomates, as maçãs raladas, intercalando cada uma dessas camadas com sementes de kümmel, as pimentas e folhas de louro. Tampe a panela e cozinhe os ingredientes por uma hora e meia, em fogo bem baixo.
Quando a carne estiver suficientemente dourada, corte as cebolas descascadas em 4 partes e espalhe-as sobre a carne. Salpique um pouco mais de sal. Se o fundo da assadeira estiver ressecado, adicione um pouco de água filtrada. Aumente o fogo para 180 graus (médio) e asse as carnes por mais uma hora, ou até que estejam bem macias.
Enquanto a panela de ferro está no fogo e as carnes no forno, fatie as salsichas. Leve-as rapidamente a uma frigideira, sem gordura nenhuma, para que fiquem levemente tostadas. Reserve.
Tire as carnes do forno e reserve.
Após uma hora e meia de cozimento, retire a panela do fogo e junte o caldo do molho dos cogumelos que ficou reservado. Junte em seguida as carnes assadas à panela. Junte também as salsichas, o presunto e o vinho. Misture muitos bem todos os ingredientes da panela e cozinhe em fogo baixo por mais 30 minutos. Teste o tempero e adicione mais sal e pimenta caso necessário.
Sirva acompanhado de batatas bem cozidas e passadas na manteiga.
É de da água na boca, não é mesmo? Viva os poloneses e essa iguaria!
Festas típicas
– Polsky Festin: Para se divertir com as tradições polonesas, o município de Massaranduba, no norte do estado, é o destino certo. Em todo mês de setembro, a comunidade celebra a Polsky Festin, festividade que começa com uma missa celebrada por mais de um padre da região em polonês e segue durante o dia com atrações musicais, danças típicas e um festival de gastronomia.
Distância do Hotel Internacional Gravatal até a cidade de Massaramduba: 309 Km.
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